terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Pesquisadores usam imagens de Raio-X para reconstruir Stradivarius pela primeira vez


Descoberta pode abrir caminho para cópias fiéis mais baratas e ajudar os músicos que sempre quiseram tocar e estudar um Stradivarius original.
Mil imagens de raio-x foram utilizadas para reconstruir modelo em 3-D.
Existem somente 650 violinos Stradivarius originais no mundo.
As réplicas dos originais ajudarão a reconhecer as cópias falsas existentes.

Uma réplica exata de um violino Stradivarius de 1704, que utiliza imagens de raios-X
Este estudo da Sociedade de Radiologia da América do Norte que levou dois anos para ser desenvolvida, vai tentar desvendar o porquê da fascinação pelos modelos de violino Stradivarius a partir de tomografias computadorizadas utilizando raios X. A equipe “fotografou” a peça cerca de mil vezes para obter cada detalhe do instrumento sem causar nenhum dano ou desmontar o objeto.

O violino original - armazenado na Biblioteca do Congresso dos EUA - ao lado da réplica, esculpida por computador
Um violino de 1704 foi então reconstruído usando ferramentas da máquina computer-aided.
O resultado foi a criação de um modelo em 3D (e posteriormente em madeira) que é uma réplica perfeita dos originais. Fora estudar o método da fabricação e o funcionamento do modelo, será possível utilizar o protótipo digital como base para reconhecer cópias falsas do instrumento.
Assim que este estudo for concluído, futuramente algumas das réplicas serão disponíveis no mercado para os estudantes de grandes escolas de música do mundo.

Um Stradivarius original vendido num leilão recentemente custou 15,9 milhões de dólares!

Antonio Stradivari, um italiano que viveu de 1644-1737, é considerado o maior fabricante da história do violino. Dos cerca de 1.000 violinos que Stradivari fez, somente 650 ainda existem e são muito apreciados por sua qualidade de som única. Existem muitas teorias mas nenhuma explicação simples para a superioridade do Stradivarius. Alguns acreditam que é simplesmente a madeira que Stradivari utilizou.
Muitos fatores influenciam o som de um violino - a partir das qualidades da madeira com a forma do instrumento, o grau de arqueamento e espessura da madeira. 

CNC equipamentos esculpe modelos 3D ultra-precisos dos scans - e pode produzir uma réplica quase perfeita com base em exames de um objeto original. Mesmo assim, a réplica foi concluída com a mão.
Fonte: Daily Mail

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Surpreendendo a Ciência: Músico com memória de 10s retém conhecimentos musicais intactos

Cientistas creem estar perto de descobrir porquê uma pessoa que sofre de amnésia e perde a memória de quase tudo na sua vida consegue ainda reter conhecimentos musicais.
A resposta pode estar no fato de que as memórias musicais são armazenadas em partes diferentes do cérebro que a de outras memórias.

O maestro britânico Clive Wearing, sete meses
antes do acidente (Foto: Arquivo de família)
Quando o maestro britânico Clive Wearing contraiu uma infecção no cérebro em 1985 - uma encefalite por herpes - ficou com uma capacidade de recordar apenas os eventos ocorridos 10 segundos antes. A infecção danificou uma parte do seu cérebro conhecida como lobo temporal médio.
Embora apresentasse um dos casos mais graves de amnésia conhecido pelos cientistas, a habilidade musical do condutor permaneceu intacta.

Em 2005, um violoncelista (conhecido como PM) que contraiu a mesma doença foi estudado por cientistas num congresso da Sociedade para a Neurociência. Incapaz de recordar as imagens mais simples, PM manteve intacta a sua memória musical.

Segundo o médico que estudou o paciente, Carsten Finke, do Hospital Universitário de Charite, em Berlim, o lobo temporal médio do cérebro, severamente afetado em casos de encefalite por herpes, é "altamente relevante" para a memória de eventos e como, onde e quando eles ocorrem. Entretanto, o médico acredita que são necessárias novas pesquisas para confirmar a hipótese.
O caso levou a equipe a sugerir que as estruturas do cérebro usadas para armazenar memória musical "devem ser o giro temporal superior ou os lobos frontais. O que é realmente novo nesses casos é que mesmo em casos de amnésia densa e grave ainda existem ilhas de memória intactas, a memória musical", afirmou.

A neuropsicóloga Clare Ramsden ressalta que a memória musical é diferente dos outros tipos de memória. "Não é apenas conhecimento, é algo que você faz", define.
A sua entidade, Brain Injures Rehabilitation, voltada para a reabilitação cerebral, concluiu que as atividades musicais envolvem diferentes partes do cérebro. Hoje com 73 anos, Wearing consegue ler partitura e tocar música no piano, e chegou inclusive a reger seu antigo coral.

A esposa de Clive, Deborah, é autora de um livro, “Forever Today” que relata como a vida do casal mudou desde a amnésia do marido. "Mesmo tendo um piano no quarto há 26 anos, ele não sabe disso até que o instrumento seja mostrado para ele", contou Deborah à BBC.
Entretanto, diz, "se você der para ele uma música nova, a visão dele percebe a partitura e ele toca a música no piano, mas sem aprendê-la. Clive não sabe que tocava piano, nem que ainda sabe como tocar."
A esposa diz que, mesmo sem saber, o ex-maestro melhora sua apresentação cada vez que toca uma determinada música, e que ele ainda é capaz de tocar, instintivamente, canções que sabia de cor no passado. "Ele aprendeu 'Messias' de Haendel quando era criança e ainda sabe cantá-la."
Deborah diz que a música "é o único lugar onde podemos estar juntos, porque enquanto a música está tocando ele é completamente si mesmo. Quando a música para, ele volta a cair do abismo. Não sabe nada sobre sua vida. Não sabe nada do que aconteceu com ele em toda sua vida."

Curioso e intrigante, não? A conclusão que chegamos é que a música exerce no individuo um poder único, uma linguagem universal, e movido por instintos e dons musicais, nenhuma perda de memória permanente extrai da mente as melodias, notas e até mesmo as letras das músicas.
Relatos de parentes de outras pessoas que não são musicistas, mas que tiveram a mesma doença, afirmam que o paciente consegue identificar uma música e cantá-la na íntegra, e que esta é a única maneira que elas encontram de se comunicar com o mundo. Isso mostra a importância que a música exerce sobre as nossas vidas.

Fonte: G1